Milla e Rico - Conto erótico enviado por uma seguidora
Caía uma chuva fina na noite quente de primavera, já fazia quase dois meses desde a última vez que Rico e Mila estiveram juntos.
O combinado era que após a última vez prevaleceria a amizade, Rico tinha uma regra de não transar mais de duas vezes com a mesma mulher, era casado, via nisso uma maneira de auto proteção e nunca havia escondido a verdade de Mila…..aliás, uma de suas principais qualidades era a sinceridade.
Ao entrar no carro Rico a recebeu com seu sorriso característico, puxando Mila para um abraço, falando de sua saudade por ela, querendo sentir seu cheiro e dizendo que um beijo não romperia o combinado. Mila então reivindicou, se haveria um beijo que fosse do seu jeito: ávido, quente, úmido, com sua língua percorrendo os lábios de Rico como se percorressem seu corpo inteiro.
Após esse caloroso reencontro foram tomar alguma coisa enquanto conversavam sobre a vida. Conversa vai e vem, chegaram no ponto de falar da paixão que tiveram um pelo outro e de como seria impossível seguir daquela maneira, cada um com seus motivos. Contaram-se sobre suas aventuras que não tiveram resultados, nenhum dos dois havia estado com alguém desde então, enquanto falavam os olhos de um buscava no do outro lembranças daquela última noite quente de gozo e desejo insaciável. A paixão pode ter dado trégua, ter sido controlada, como um pássaro engaiolado, um animal que fora adestrado para conter seus instintos, mas a expectativa de possuírem um ao outro estava presente e pulsante.
Expectativa essa que não foi totalmente controlado na hora da despedida, foi convertida em abraços quentes, beijos vorazes, mãos que percorriam seus corpos como que lendo um mapa de caminhos já conhecidos e percorridos…
Estava claro que a intensidade e a cumplicidade entre os dois permaneciam intactas! por que não tornar em chama aquela brasa que o tesão da reciprocidade reacendeu? Onde está escrito que uma amizade construída ao longo de um tempo não pode ser permeada de momentos de desejo e tesão, sempre em equidade e respeitando a história de vida de cada um?!
Pairou no ar um possível reencontro para o dia seguinte, a gostosa sensação de que pode, ou não, acontecer de novo e de novo e de novo...
Embora Rico tenha sempre dito a Mila que, no que depender dele, a amizade deles permanecerá intacta e sem fim, Mila ao deitar já em sua cama lembrou de uma frase do poeta Mário Quintana:
"Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho".
Era uma noite quente de primavera e nem a chuva fina e fria que caía foi capaz de apagar a brasa que ardia dentro de cada um.